Imaginário, memória e histórias de vida: narrativas biográficas de egressas do Asilo de Órfãs Felisbina Leivas

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Data
2014-02-27Autor
Aguiar, Priscila de Souza de
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Esta dissertação foi desenvolvida no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Imaginário, Educação e Memória (GEPIEM), situado na Linha de Pesquisa Cultura Escrita, Linguagens e Aprendizagem do Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal de Pelotas, e aborda a temática da institucionalização de crianças no Brasil, sob a ótica de mulheres egressas do Asilo de Órfãs Felisbina Leivas, localizado em Jaguarão/RS. O trabalho aborda a História de Vida a partir dos estudos de JOSSO, o
Imaginário, na perspectiva de MACHADO DA SILVA, PERES e BACHELARD, e tem como ferramentas metodológicas a Narrativa Biográfica, abordada por FERRAROTTI, e a Transcriação, abordada por CALDAS. A finalidade deste estudo ampara a apreensão das marcas vinculadas a estadia das egressas no
Asilo, tomando como corpus de análise suas narrativas biográficas, a fim de compreender como as imagens fundadoras reverberam em suas histórias de vida, além de evidenciar os processos educativos vivenciados na instituição asilar presentes na memória das mesmas. O percurso metodológico deu-se em três instâncias: a primeira operacionalizou-se através de uma visita ao Asilo com a egressa, em que foram registradas imagens, fotográficas ou não, a partir de uma questão detonadora: ‘Registra imagens que te marcaram positiva ou negativamente’. Na segunda etapa realizei a transcriação da narrativa, tornei a
narrativa biográfica em uma história narrada, com a qual procurei trazer ao leitor o mundo de sensações provocadas pelo contato com as protagonistas da pesquisa. A terceira, e última, deu-se de forma a verificar e destacar dois focos de análise: imagens fundantes e processos educativos. O empírico deste trabalho apontou que a aprendizagem e incorporação das regras eram feitas pela interação; o trabalho para subsistência e higienização do Asilo era presente na rotina das meninas; a escola se fazia presente no cotidiano das meninas e é fortemente valorizada; lidar com a ausência também se fazia necessário. As imagens fundantes identificadas nas três narrativas estão fortemente associadas ao papel e a imagem de mãe, seja pela supervalorização da presença desta figura; pela percepção do abandono ou pelo reconhecimento do amor dedicado. O fundamental apontado pelo empírico da pesquisa foi que, mesmo com as dores das experiências negativas vividas no Asilo, este configurou-se, para as protagonistas desta pesquisa, como um lugar de proteção e amparo, que proporcionava segurança à quem lá tinha sua
vida resguardada.
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