Performances narrativas de minorias sociais nos novos letramentos digitais: empoderamento de LGBTs no canal Muro Pequeno
Resumo
Em tempos de globalização nos quais pesquisas positivistas e estudos modernistas são questionados, a concepção de sujeito social como homogêneo e preexistente aos discursos que lhe atravessam parece não dar conta das discussões e reflexões que surgem sobre identidades de gênero (MOITA LOPES, 2006). Por conseguinte, faz-se necessário olhar para essas diversas identidades de gênero como fragmentadas, heterogêneas, fluidas e em processo de construção contínuo (HALL, 2000) através de performances discursivo-identitárias (PENNYCOOK, 2006; BUTLER, [1990]2003). Sendo o homem branco cisgênero e heterossexual classificado como padrão dominante, esse trabalho tem por objetivo principal analisar performances discursivas de pessoas LGBTs para compreender de que forma os novos letramentos digitais impulsionam a compreensão e o empoderamento de identidades de gênero e sexualidade desviantes do padrão. Para isso, busco suporte teórico em uma Linguística Aplicada Indisciplinar e no socioconstrucionismo propostos por Moita Lopes (2002, 2006, 2013a, 2013b), nas
performances e performatividades elucidadas por Pennycook (2006), nas teorias queer (BUTLER, 1993, 2003) e no entendimento de novos letramentos digitais discutido por Knobel e Lankshear (2007), Lemke (1998) e Moita Lopes (2010). Ao gerar e analisar os dados, apoio-me em uma etnografia virtual (HINE, 2000), realizando observações etnográficas e entrevistas narrativas via redes sociais virtuais com LGBTs, analisadas segundo as pistas indexicais de Wortham (2001). A pesquisa aponta para o empoderamento de LGBTs a partir da mobilidade e da coletividade na construção de discursos que a Web 2.0 e a 3.0 possibilitam ao disponibilizarem informação e propiciarem a comunicação.
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