Produção de fibras ultrafinas de zeína incorporadas com complexo de inclusão de β-ciclodextrina e óleo essencial de eucalipto (Eucalyptus citriodora) com atividade antimicrobiana, pela técnica de Electrospinning
Resumo
O controle microbiano é uma preocupação constante na indústria de embalagens
para alimentos. As embalagens ativas são capazes de inibir o crescimento
microbiano nos alimentos. Além disso, o uso de polímeros biodegradáveis tem sido
amplamente estudado. A zeína é um polímero biodegradável que possui um grande
potencial na indústria de embalagens, podendo encapsular compostos bioativos em
sua matriz polimérica. Os óleos essenciais (OE) são compostos bioativos de
ocorrência natural decorrente do metabolismo secundário de algumas plantas e têm
sido estudado como agentes antimicrobianos em embalagens ativas. No entanto,
torna-se necessário a complexação com alguma molécula a fim de reduzir algumas
características indesejáveis, como a alta volatilidade. As ciclodextrinas são
moléculas em forma de cone capazes de acomodar no seu interior moléculas
apolares, como os óleos essenciais. Uma tecnologia eficaz capaz de incorporar
compostos bioativos em nanomateriais, é a técnica de electrospinning. Com isso, o
objetivo desse estudo foi produzir fibras ultrafinas de zeína incorporando um
complexo de inclusão (CI) entre β-Ciclodextrina (β-CD) e óleo essencial de eucalipto
(Eucalyptus citriodora) (OEE) através da técnica de electrospinning a fim de se obter
membranas antimicrobianas como embalagens ativas para alimentos. O OEE foi
caracterizado quanto a composição química e atividade antimicrobiana contra 7
bactérias de importância em alimentos. O CI foi avaliado quanto aos grupos
funcionais, morfologia e propriedades térmicas. As soluções poliméricas de zeína
pura, em diferentes concentrações, foram avaliadas quanto a viscosidade aparente e
condutividade elétrica e as membranas resultantes após o processo de
electrospinning foram avaliadas quanto a morfologia e distribuição de diâmetro. As
soluções de zeína 30% (p/v) foram adicionadas de CI nas concentrações de 6, 12,
18 e 24% (p/v), sendo estas caracterizadas quanto a viscosidade aparente e
condutividade elétrica. Após o processo de electrospinning das soluções com CI,
estas membranas foram avaliadas quanto a morfologia e distribuição de diâmetro,
propriedades térmicas, grupos funcionais e atividade antimicrobiana em microatmosfera
contra S. aureus e L. monocytogenes. Os resultados indicaram atividade
antimicrobiana do OEE contra as bactérias testadas. Através da análise dos grupos
funcionais e da morfologia, pode-se observar uma efetiva complexação do OEE e da
β-CD. As fibras obtidas com 30% (p/v) de zeína na solução polimérica apresentaram
melhores características morfológicas. Todas as membranas formadas com CI
reduziram o crescimento microbiano de S. aureus e L. monocytogenes. A
concentração de 24% (p/v) de CI foi a que se obteve maior percentual de redução de
crescimento, em micro-atmosfera, com 24,3% e 28,5% para S. aureus e L.
monocytogenes, respectivamente. As membranas antimicrobianas apresentaram
características para possível aplicação como embalagens ativas para alimentos.
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