Efeito da progesterona injetável de longa ação durante o anestro sazonal em ovelhas

Abstract

Sabe-se que as ovelhas são poliéstricas sazonais, apresentando fotoperíodo negativo, com maior ciclicidade em períodos com menos horas de luminosidade por dia. Portanto, fora desta janela reprodutiva, há a necessidade de estímulo hormonal para que ocorra a retomada da ciclicidade destes animais (FONSECA, 2006). Frente a isso, a progesterona (P4) é um hormônio esteroide produzido intrinsecamente pelo corpo lúteo, estrutura formada após o rompimento de um folículo e a liberação do oócito contido no seu interior. A P4 exerce retroalimentação negativa sobre o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), inibindo a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH), impossibilitando a ocorrência de uma ovulação. Caso ocorra a fecundação, a P4 é responsável pela manutenção da gestação nos meses iniciais. Do contrário, há regressão do corpo lúteo e ocorre uma nova onda folicular (MAIA et al., 2010). Em protocolos de indução da ovulação, a P4 é comumente aplicada através de dispositivos intravaginais (DIV) (SOUZA, 2013). Com a retirada do DIV, ocorre a remoção da retroalimentação negativa, desencadeando uma nova onda folicular seguida de uma ovulação. Porém, a introdução de corpos estranhos no trato reprodutivo da fêmea, como o DIV, pode carrear bactérias para o ambiente vaginal, corroborando para o desenvolvimento de vaginites e alterações hormonais (BRETANHA et al., 2019). Recentemente surgiu no mercado uma nova formulação de progesterona injetável de longa ação (P4i) que se destaca pelo baixo custo, mas ainda há pouco esclarecimento sobre o seu uso em ovelhas (CAMPOS et al., 2016). O objetivo do presente estudo foi avaliar a manifestação do estro e as taxas de concepção e prenhez de ovelhas submetidas ao tratamento com P4i, em um protocolo de indução à ovulação durante o anestro sazonal.