dc.description.abstract | Apenas recentemente na história da filosofia do Brasil a questão do baixo
número de mulheres na área alcançou um status especial enquanto problema (do
fazer) filosófico. E não porque a desproporção numérica entre homens e mulheres
fosse, até então, um fato oculto ou imperceptível da vida filosófica, mas sim porque
o dado da desproporção não era comumente encarado como uma questão
abordável científico-academicamente. Nas últimas décadas, no entanto, temos
visto uma mudança de atitude. Trabalhos sobre a filosofia de países de língua
inglesa, como EUA (com “A call for climate change”, de Linda Alcoff) e Reino Unido
(com “Women in philosophy in the UK. British Philosophical Association: Society for
Women in Philosophy in the UK”, de Helen Beebee e Jennifer Saul), ambos de
2011, por exemplo, apresentaram números e estatísticas que confirmavam a
impressão “a olho nu”. No Brasil, a publicação de Carolina Araújo, “Mulheres na
Pós-Graduação em Filosofia no Brasil”, de 2015, merece especial destaque. Esses
trabalhos chamavam atenção para problemas, como, por exemplo, a evasão
feminina desproporcional (ou "leaking pipeline") ao longo do período de formação
filosófica e seus impactos negativos sobre a transformação revisional e
melhorativa pretendida por uma desejável concepção mais inclusiva da filosofia. | pt_BR |