Fitonematoides em videira e pessegueiro: caracterização de espécies de Mesocriconema e Pratylenchus, reação de porta-enxertos, interação com Ilyonectria macrodidyma e primeiro relato de Meloidogyne morocciensis em pessegueiro no Brasil

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Data
2022-05-19Autor
Silva, Wellington Rodrigues da
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O declínio e morte da videira (DMV) tem se tornado um entrave à viticultura,
causando grande preocupação aos produtores. Em levantamentos nematológicos,
foram relatadas populações elevadas do nematoide-anelado (Mesocriconema
xenoplax) e do nematoide-das-lesões-radiculares (NLR) (Pratylenchus brachyurus)
associadas ao DMV. O envolvimento destes fitonematoides na predisposição ao
DMV ainda precisa ser mais bem estudado. Da mesma forma, algumas espécies do
nematoide-das-galhas importantes ao pessegueiro ainda não foram detectadas no
Brasil. Diante disso, teve-se por objetivo neste estudo: a) identificar a nematofauna
e caracterizar as espécies de Mesocriconema e Pratylenchus associadas a pomares
de videira com sintomas de declínio no Sul do Brasil; b) avaliar a reação de genótipos
de videira a M. xenoplax e P. brachyurus e as possíveis alterações bioquímicas das
plantas; d) estudar a interação entre M. xenoplax, P. brachyurus, M. macrodidyma
(fungo causador do pé-preto) e diferentes genótipos de videira e; e) relatar a
ocorrência de uma nova espécie de Meloidogyne parasitando pessegueiro no Brasil.
Foram identificadas três espécies de Mesocriconema associadas à vinhedos em
declínio nos estados de Santa Catarina (SC) e Rio Grande do Sul (RS), entre elas,
M. xenoplax, M. curvatum e M. rusticum; e, duas espécies de NLR, P. brachyurus e
P. zeae, foram associadas a vinhedos com DMV em SC. Os porta-enxertos 548-44,
IBCA-125 e VR 043-43 comportara-se como resistentes e tolerantes a M. xenoplax,
enquanto que ‘Paulsen 1103’ e ‘Gravesac’ como suscetíveis e tolerantes ao referido
nematoide. Mesocriconema xenoplax afetou negativamente os teores de massa
fresca da parte aérea e da raiz, e, alterou os teores de pigmentos fotossintéticos e
de carboidratos totais em genótipos suscetíveis. O aumento das atividades das
enzimas FAL, CAT, SOD, POD, PPO, APX, SOD e GLU associou-se à reação de
resistência e a tolerância dos genótipos estudados. O efeito da interação entre M.
xenoplax e I. macrodidyma potencializou os danos vasculares em genótipos de
videira suscetíveis; e, o parasitismo de M. xenoplax favoreceu a infecção por I.
macrodidyma em genótipos suscetíveis. Foram identificados porta-enxertos imunes
a P. brachyurus (1111-21, 548-44, IBCA-125 e VR 043-43), enquanto outros
(Paulsen 1103, Gravesac, IAC 313 Tropical, Salt Creek, Chardonnay e Bordô)
comportaram-se como suscetíveis a referida espécie. O parasitismo de
P. brachyurus afetou negativamente os teores de massa fresca de parte aérea e raiz,
alterou os teores de pigmentos fotossintéticos e o balanço de carboidratos totais em
genótipos suscetíveis. Houve sinergismo nas interações entre P. brachyurus, I.
macrodidyma e genótipos de videira suscetíveis. O efeito combinado de P.
brachyurus e I. macrodidyma potencializou os danos vasculares em genótipos de
videira suscetíveis. A espécie M. morocciensis foi registrada pela primeira vez
parasitando plantas de pessegueiro no Brasil.
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