Diagnóstico e monitoramento de águas subterrâneas urbanas para gestão de recursos hídrico do município de Canguçu, Rio Grande do Sul, Brasil
Resumo
O presente estudo avaliou a água subterrânea contidas nascentes artificializadas da área urbana de Canguçu, através do monitoramento de parâmetros microbiológicos e físico-químicos em cinco campanhas de coleta. Os resultados foram comparados com dados secundários de poços tubulares disponibilizados pela CORSAN. Os parâmetros de qualidade de água analisados foram: coliforme totais, coliformes termotolerantes, Escherichia Coli, temperatura, pH, oxigênio dissolvido, sólidos totais dissolvidos, alcalinidade de bicarbonatos, cloreto, sulfato, cálcio, magnésio, potássio, sódio, ferro,
manganês e nitrato. Os resultados foram comparados com a resolução do CONAMA n° 396 de 2008 e com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, as quais dispõe diretrizes do uso de água subterrânea para consumo humano. Posteriormente foi realizada a análise exploratória e análise de variância dos resultados, foi aplicado os métodos gráficos, análise de componentes principais, cálculo do índice de qualidade de águas subterrâneas e aplicada a regressão linear múltipla por etapas. Os
resultados dos parâmetros microbiológicos apontaram presença de coliformes termotolerantes e Escherichia Coli nos poços monitorados inviabilizando a potabilidade da água para consumo conforme estabelecido pela lei. A variação dos resultados para cada parâmetros foi: temperatura de 13,2 a 28,10°C, o pH de 4,50 a 7,90, condutividade elétrica de 40,0 a 428,0 uS/cm, oxigênio dissolvido de 0,98 a 9,20 mg/L, sólidos totais dissolvidos de 26,0 a 241,0 mg/L, alcalinidade de bicarbonatos de
2,20 a 41,60 mg/L, cloreto de 2,0 a 48,5 mg/L, sulfato de 0,10 a 15,48 mg/L, cálcio de 1,57 a 65,06 mg/L, magnésio de 0,81 a 18,33 mg/L, potássio de 0,48 a 18,31 mg/L, sódio de 3,38 a 107,40 mg/L, manganês de 0,01 a 0,26 mg/L, ferro de 0,12 a 17,08 mg/L e o nitrato de 0,04 a 17,16 mg/L. O pH apresentou valor em desconformidade com a norma vigente em 72,0% das amostras, o manganês em 44,0%, o ferro em 41,6%, o nitrato em 33,3% e o potássio apresentou duas amostras com valores acima do recomendado. Os poços CORSAN registraram resultados de fluoreto, ferro e alcalinidade de bicarbonato em desconformidade com as normas. As fácies hidrogeoquímicas das águas são sódicas bicarbonatadas e mistas bicarbonatadas. A análise de componentes principais explicou 85,0% da variação total dos resultados em três componentes, com base na relação entre as variáveis em diferentes componentes, notou-se que a qualidade das águas dos poços monitorados é influenciada por processos geoquímicos e que os parâmetros monitorados possuem diferentes origens. O índice de qualidade de águas subterrâneas classificou a qualidade da água subterrânea como excelente 10,0% das amostras, 45,0% como boa, 25,0% como ruim, 15,0% como muito ruim e 5,0% como impróprias. Os poços monitorados P2, P3 e P4 apresentaram os piores índices possivelmente devido ao uso do solo ao entorno destes poços. A análise de regressão linear múltipla modelou duas equações e identificou: pH, manganês, potássio e cálcio como as variáveis que mais contribuíram para os resultados do índice. Os resultados revelam o risco do consumo de água à saúde e recomenda-se manutenção dos poços e tratamento prévio antes do consumo.
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