Elucidação de mecanismos de resistência de Cyperus iria e Echinochloa colona a herbicidas
Resumo
A resistência de plantas daninhas a herbicidas ocorre por grande variedade de
mecanismos, que são agrupados em dois: os mecanismos relacionados ao local de
ação (TSR) e os mecanismos não relacionados ao local de ação (NTSR). A maioria
dos casos, relacionados aos herbicidas inibidores da ALS, ocorre por alterações
pontuais na enzima, causando elevados níveis de resistência. Porém, a
metabolização herbicida, pode ocorrer concomitante. A resistência ao glifosato
envolve ambos os mecanismos (TSR e NTSR) e, em casos específicos, é
condicionada pela temperatura. Condições de umidade do solo e estágio de
desenvolvimento da planta podem afetar a eficiência desse herbicida. O capítulo I
teve por objetivos o sequenciamento da enzima ALS em C. iria resistente (CYPIR-R)
e suscetível (CYPIR-S), bem como avaliar evidências de metabolização herbicida
por meio de curvas dose-resposta com uso de malathion (1000 g i.a. ha-1
). No
Capítulo II, os objetivos foram: avaliar se temperaturas elevadas condicionam a
resistência de E. colona supostamente resistente (ECHCO-SR) e suscetível
(ECHCO-S); avaliar a absorção/ translocação diferencial entre biótipos (estudos em
HPLC e inibidores de transportadores ABC - sodium ortho-vanadate e verapamil). No
Capítulo III, o objetivo foi avaliar a eficácia do glifosato em biótipos de ECHCO-SR e
ECHCO-S submetidos a diferentes condições de umidade do solo e estágios de
desenvolvimento. No estudo I, o cromatograma do DNA evidenciou a presença de
picos duplos na terceira base de nucleotídeos na posição Asp376, indicando mutação
de aspartato (GAC) para glutamina (GAG), causado pelo nível de ploidia, presença
de alelos ou duplicação gênica da enzima. O malathion sinergizou o controle de
bispyribac-sodium no biótipo resistente. Assim, há evidências de mutação e
metabolização na resistência cruzada de C.iria. No estudo II, constatou-se que a
temperatura de 36-32 °C aumenta a dose de controle com glifosato em 2-5x para
ambos os biótipos de ECHCO, comparado com a temperatura de 28-25 °C. No
entanto, ECHCO-SR é capaz de sobreviver à dose acima da máxima recomendada,
causando problemas práticos, tais como sobrevivência de plantas e,
consequentemente, redução na produtividade da cultura. Estudos em HPLC indicam
absorção/ translocação diferencial entre biótipos. Além disso, o pré-tratamento com
inibidores de transportadores ABC reduz a dose de controle de ECHCO-SR. Dessa
forma, sugere-se resistência condicionada pela temperatura. No capítulo III,
constatou-se que solo saturado e estágios avançados de desenvolvimento reduzem
a eficácia do glifosato em E. colona.
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