Nietzsche e a natureza humana: da moral como contranatureza à naturalização do homem.
Resumo
A presente dissertação, partindo de uma análise crítico-imanente, busca investigar do
projeto crítico nietzschiano, a moral como contranatureza, ao projeto construtivo de
sua filosofia tardia, a naturalização do homem, a partir de um fio condutor, a saber, a
natureza humana. Desse modo, no primeiro momento averiguaremos a moral como
contranatureza, procedendo com o empreendimento genealógico proposto por
Nietzsche, isto é, avaliar os valores morais partindo de sua proveniência e as
consequências que acarretam à totalidade da vida. Como o próprio conceito sugere,
a moral é contranatureza à medida que prescreve a castração de nossos instintos
naturais, subscrevendo o homem a uma ordem moral do mundo que o submete a
conceitos como má consciência, culpa e autodesprezo. À medida que se radicaliza a
crítica de Nietzsche à moral, redimindo o homem de sua própria natureza depreciada,
há a radicalização do niilismo enquanto a tomada de consciência moderna de que os
seus valores se assentavam no nada. Sem Deus ou qualquer princípio metafísico para
fundamentar os valores, Nietzsche se coloca como o responsável pela grande tarefa
de estabelecer as novas condições de existência que estará alicerçada a humanidade.
Essas novas condições, portanto, requerem a naturalização do homem em três
diferentes ângulos: uma nova concepção de natureza humana, uma moral
naturalizada e um meio para que o homem possa se assentar nas novas condições
propostas pelo filósofo.
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