A partir das concepções arendtianas, a tolerância em uma perspectiva política.
Resumo
Esta dissertação visa a aproximação dos referenciais teóricos de Hannah Arendt ao
tema da tolerância, transcendendo a esfera religiosa, revelando-se uma questão política.
Partindo da perspectiva política de Hannah Arendt, a pesquisa tem por objetivo
demonstrar que as dissidências fazem parte da politica, assim como tratar os motivos
do intolerante como forma de aperfeiçoá-la. Desde os tempos medievais, com sua
influência religiosa até uma concepção política secularizada na modernidade, os
eventos históricos transformaram ou afetaram a percepção sobre a tolerância. Na
modernidade, o “homem é arremessado para dentro de si mesmo” e não para o convívio
com os outros. Na “sociedade da massa” e no “fenômeno da solidão”, se aprofunda
o distanciamento entre os homens, bem como ocorre um afastamento da discussão
dos assuntos humanos. Estes fenômenos contribuem para que a condição
humana da “pluralidade”, presente nos seres humanos que habitam o planeta Terra,
fosse percebida numa ideia de “os outros”, cujas opiniões e modos de vida diversos
estimulam hostilidades e intolerâncias. Para haver harmonia entre aqueles que vivem
juntos e possuem distintas opiniões, modos de vida, etc. é necessário ser tolerante,
bem como se deveria evitar que os intolerantes destruam as “sociedades livres”. Então
parece razoável estabelecer um limite para o intolerante. Entretanto, mesmo nessas
sociedades, a intolerância pode surgir quando a ideia hegemônica prevalece e
sufoca as ideias minoritárias. Deste modo, o pensamento e a obra política de Arendt
serão o lastro para demonstrar a tolerância como uma ação no espaço público-político.
Não obstante, ajudam a conceber ainda a intolerância, não como oposição, mas
uma variação dentro do mesmo espectro da ação política.
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