Sobre a confiabilidade das intuições para sustentar premissas de argumentos filosóficos.
Resumo
As intuições desempenham um papel peculiar na atividade filosófica seja
enquanto evidências para premissas de argumentos filosóficos, seja enquanto
julgamentos obtidos como resultados de casos hipotéticos. Seu status
probatório, contudo, é bastante controverso. Nosso objetivo neste trabalho é de
analisar se as intuições são um instrumento confiável para a prática filosófica.
Algumas questões precisam ser desenvolvidas para esclarecer o status
probatório das intuições. Os filósofos contemporâneos buscam investigar o papel
que as intuições adquirem ao denotar um caráter autônomo e autoritativo para a
filosofia. As intuições podem ser compreendidas enquanto a priori, o que as
coloca em uma relação autoritativa e autônoma à ciência. Podendo ainda, serem
compreendidas enquanto a posteriori o que as coloca em uma relação de
continuidade com as ciências. Alguns autores que endossam a perspectiva a
priori compreendem a ontologia das intuições enquanto a posse de conceitos de
classificação. Enquanto alguns autores que defendem a perspectiva a posteriori
compreendem a ontologia das intuições enquanto "tipos naturais". A
caracterização das intuições seja enquanto posse de conceito, seja enquanto
tipos naturais faz com que os autores defendam perspectivas positivas ou
negativas a respeito do uso de intuições. Defenderemos aqui que as intuições
são fontes básicas de conhecimento que são classificadas adequadamente
quando o agente possui o conceito determinante. Nesse sentido, defenderemos
(com Alvin Goldman) que a confiabilidade das intuições dar-se-á através de
investigações de segunda ordem.
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