dc.description.abstract | Na cidade de Pelotas sete pessoas pobres, quatro delas escravas, ganharam metade do
prêmio da milionária Loteria do Ipiranga, em 1881, o que significava, em bruto, 500 contos de reis
a serem divididos entre os sete, resumindo: um monte de dinheiro para quem, como eles, era
extremamente pobre. Já fazia alguns anos que as loterias despertavam muitos sonhos e esperanças
com pessoas de todas as classes sociais correndo para apostar em bilhetes que pareciam trazer o
sonho de conquistar a independência econômica com pouco esforço, apenas com algumas apostas
de baixo valor. O caso que aqui vai ser relatado é apenas o cume deste movimento de apostas de
loterias, não o primeiro, nem o último de uma longa série. Acompanhar este episódio e as
conseqüências que trouxe à vida dos contemplados é a proposta dessa comunicação. Esta pesquisa foi feita consultando-se os jornais do período e também as cartas de alforria,
as quais forneceram excelente resultado, pois se comprovou que as apostas na sorte era um dos
meios empregados pelos escravos e seus familiares, para tentar sua alforria. Destaca-se que a
pesquisa concomitante de jornais e das cartas permitiu comprovar que, após a comprovação da
premiação, a primeira atitude dos contemplados com prêmios, era a imediata compra da liberdade. | pt_BR |