dc.identifier.citation | MEIRELES, Tulipa Martins; ARALDI, Clademir Luís. Parresía e cuidado de si: perspectivas sobre A Coragem da Verdade de Michel Foucault. In: ENPOS, 18, 2016, Pelotas. Anais eletrônicos... Pelotas: UFPel, 2016. Disponível em: https://cti.ufpel.edu.br/siepe/arquivos/2016/CH_04772.pdf. Acesso em 18/06/2020. | pt_BR |
dc.description.abstract | Este trabalho emerge da busca pela associação entre, uma linha de
pensamento socrático e o pensamento que marca o movimento cínico na
Antiguidade, por meio da figura de Diógenes de Sinope. Vemos essa associação
se desenvolver ao longo do último curso ministrado por Michel Foucault no
Collège de France, A Coragem da verdade: O governo de si e dos outros 2.
Nesse curso a noção de parresía, enquanto coragem de um dizer verdadeiro,
junto ao princípio do cuidado de si, estabelecem uma ligação que vem se figurar
pela última vez no filósofo cínico. A via do pensamento socrático privilegiada por
Foucault em 1984, introduz o Laques como diálago platônico por exelência e com
ele a noção de bíos, vida, enquanto objeto de cuidado dos homens. Na aula 15 de
fevereiro de 1984 Foucault, a respeito das últimas palavras de Sócrates,
apresenta uma via positiva de interpretação através de um texto de Dumézil1
.
Com essa interpretação vemos que para Sócrates a vida sensível não pode ser
considerada em si mesmo um doença, mas que é necessário ter cuidado com a
vida. Nesse sentido pensamos que é necessário o cuidado, a epiméleia, para a
transformação e a busca pela verdade sobre si mesmo. A verdade de si é
escancarada de forma escandalosa com o movimento cínico da Antiguidade.
Esse aspecto da Coragem da verdade enfatizado por Foucault a partir do
personagem do cão cínico, propõe uma bifurcação no que poderíamos chamar de
uma “história da estética da existência”, que em 1984 aponta para estilísticas de
vida, mais do que para uma metafísica da alma, e é tal concepção que
gostaríamos de ressaltar. | pt_BR |