A percepção de uma prática filosófica em Michel Foucault: uma resposta ao chamado da Aufklärung.

Abstract

Os questionamentos apresentados podem ser ancorados na relação de Michel Foucault com sua obra: a maneira como ele compreendia seus livros, a importância que lhes dava, como os entendia enquanto objeto da própria crítica, assim como os livros que ele acreditava estarem superados, posto que tratam de tentativas de “descrever as regras de constituição dos objetos, de formação dos conceitos e das posições do sujeito (...). Não escrevo um livro para ele ser o último. Escrevo para que outros sejam possíveis, não forçosamente escritos por mim.” (FOUCAULT, 2011a, p. 198) Por esse motivo, a obra de Foucault não deve ser reduzida àquilo de que tratam seus livros/descrições de regras: além de elaborar essas descrições de regras, seus livros devem, na verdade, ser compreendidos como possuidores de uma base sobre a qual outros textos e diálogos se tornam possíveis.