Barragens no Sul do Brasil: análise de políticas compensatórias e da qualidade de vida.
Resumo
O crescente processo de produção e consumo tem como pressuposto a demanda cada vez maior de energia. No Brasil, essa demanda crescente gerou a necessidade de ampliação do Sistema Elétrico, que foi feita, a partir da década de 1960, essencialmente através da construção de hidrelétricas de grande porte. A implantação desses megaempreendimentos gera inúmeros conflitos pois, as populações afetadas por essas construções têm sua vida alterada drasticamente em função dos remanejamentos. O presente estudo realizou a construção de índices, a partir de questões selecionadas do survey elaborado pelo “Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento: Avaliação dos resultados e proposição de modelo de elaboração de programas de remanejamento da população atingida por empreendimentos hidrelétricos” e aplicado em 2011 numa amostra de 632 indivíduos remanejados em função da construção das Usinas Hidrelétricas (UHE) de Itá, Machadinho, Barra Grande, Campos Novos e Foz do Chapecó, localizadas na bacia do rio Uruguai, na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nesta dissertação, tem-se como objetivo analisar a relação entre a implantação de empreendimentos hidrelétricos, e qualidade de vida (bem-estar social, sustentabilidade ambiental e bem-estar econômico, infraestrutura domiciliar e qualidade dos serviços públicos) das populações atingidas por barragens, bem como, avaliar a efetividade das políticas compensatórias utilizadas pelos empreendedores para reparar as perdas a que foram submetidas as comunidades locais, tendo em vista que, tais empreendimentos impactaram a área de aproximadamente 50 municípios desta região, sendo que as terras alagadas pertenciam, em sua maioria, a agricultores familiares, ocasionando o deslocamento de cerca de 12.800 famílias, o que corresponde a aproximadamente 60 mil pessoas.
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