Modelos prognósticos da temperatura mínima média numa região homogênea do Rio Grande do Sul
Abstract
Este trabalho teve como objetivo um estudo do comportamento das temperaturas
mínimas médias trimestrais no Estado do Rio Grande do Sul, BR, em 90 anos de
observações, de 1913 a 2002. Foram utilizados dados coletados em 40 estações
meteorológicas distribuídas em todo o Estado, com as falhas preenchidas pelo método
das correlações. Na primeira etapa, foram determinadas, pela técnica da “Análise de
Agrupamentos”, cinco regiões que apresentam temperatura semelhantes, designadas
“regiões homogêneas”. Neste estudo, ficou evidenciado um gradiente de temperaturas
no sentido leste-oeste, contrapondo-se ao gradiente de altitude na parte norte do
Estado. Ficou evidenciada, igualmente, a influência da entrada de massas polares no
sul, compensando a influência da maior altitude no norte. Desta forma, verifica-se um
comportamento similar com relação às temperaturas médias mínimas trimestrais, numa
grande área, evidenciando a homogeneidade espacial dessa variável. Após este
estudo, foi destacada a região homogênea que abrange a estação meteorológica de
Pelotas. A partir das temperaturas médias mínimas mensais das estações que
compõem essa região, foram determinadas as médias trimestrais, obtendo-se quatro
séries de 90 dados cada uma, um para cada ano de observação. Essas séries foram submetidas a uma Análise Espectral, baseada na Transformada de Fourier Discreta, no
intuito de identificar periodicidades existentes nessas séries temporais. Em cada série,
foram utilizados 84 anos, de 1913 a 1996, para a determinação dos modelos que
descrevem o comportamento dessa variável e que sirvam, ao mesmo tempo, para
projeções quanto ao futuro. Os seis anos restantes, de 1997 a 2002, foram utilizados
para projeções. Os periodogramas, estimadores dos espectros, evidenciaram, em cada
trimestre, alguns picos destacados, indicando as freqüências mais importantes
selecionadas para compor os modelos. Assim, os modelos estimados ficaram
constituídos por: três ondas, com períodos de 28,0; 6,5 e 3,5 anos, para o primeiro
trimestre; quatro ondas para o segundo trimestre, de 6,5; 5,6; 4,2 e 3,4 anos; seis
ondas, de 9,3; 7,6; 6,5; 4,7; 3,8 e 3,5 anos, para o terceiro trimestre e, finalmente, cinco
ondas para o quarto trimestre, as de período igual a 84,0; 16,8; 12,0; 9,3 e 6,5 anos.
Constatou-se, pelas análises dos resíduos, que os modelos estabelecidos são válidos
para representar os dados e que podem ser usados para previsões. Foi utilizado,
tembém, um modelo de alisamento, o “Alisamento Exponencial Linear de Brown”, que
se mostrou igualmente útil para previsões.
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