A ventilação e a fumaça ambiental de cigarros — um estudo sobre a influência das condições meteorológicas na qualidade do ar de ambientes fechados
Abstract
A fumaça ambiental de cigarros (FAC) é uma das principais contribuintes para o aumen-to da concentração e da exposição a partículas em ambientes fechados. A indústria do tabaco e a da hospitalidade vendem a ventilação como a solução desse problema, mas estudos indicam que ela não o é. Neste trabalho, estudou-se a influência das condições meteorológicas na ventilação natural e, logo, na qualidade do ar de ambientes fechados sujeitos à FAC. Para acessar essa influência, utilizou-se um modelo de escoamento de ar em prédios e um de concentração de poluentes originados do ato de fumar. As concentrações simuladas foram submetidas a uma análise de risco. Constatou-se que velocidade do vento e temperatura são as variáveis meteorológicas que mais influenciam na ventilação natural, sendo o inverno a estação com tendência às maiores taxas de ventilação e, logo, à melhor qualidade do ar, por ter as menores temperaturas. Constatou-se também que mesmo altas taxas de ventilação não reduzem o risco de vida imposto pela FAC ao aceitável: taxas altíssimas, inaceitáveis em termos de conforto, seriam necessárias para essa redução. Ao estimar a velocidade do vento que induziria tais taxas, verificou-se que ventos da ordem de mil quilômetros por hora seriam necessários para tal. Concluiu-se que a ventilação não soluciona o problema imposto pela FAC em ambientes fechados e que a única solução viável é a proibição do fumo.
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