Vivências e experiências associativas negras em Bagé-RS no pós-abolição: imprensa, carnaval e clubes sociais negros na fronteira sul do Brasil (1913-1980).
Resumo
Esta dissertação aborda as experiências associativas de sujeitos negros na cidade de Bagé-RS no Pós-abolição (1913-1980). Através da análise da imprensa negra, de entidades carnavalescas e de clubes sociais, pretende-se observar quais foram as estratégias acionadas por esses sujeitos para se afirmar numa localidade cujas relações sociais eram racializadas. O período que serve como palco de analise para o presente estudo é o Pós-abolição, pensando este não apenas como um marco cronológico a partir do 13 de maio de 1888. Nesse contexto, negros e negras construíram múltiplas estratégias para se afirmar na sociedade bageense. Primeiramente buscamos observar a invisibilidade da atuação de homens e mulheres negras na cidade de Bagé através das obras de historiadores e escritores locais. Em seguida iremos partir para a análise da atuação da imprensa negra bageeense, atentando para suas demandas e os seus projetos políticos; logo, será debatido a atuação de entidades carnavalescas negras, que a partir da década de 1940 se intensificaram e foram os responsáveis por dar a tônica do carnaval de rua de Bagé. Por último observaremos as vivências de dois Clubes Sociais Negros –Palmeiras e Zíngaros - e como estes foram importantes espaços de resistência de homens e mulheres negras, configurando-se enquanto verdadeiros redutos de afirmação da raça. As fontes utilizadas na pesquisa consistem em jornais da imprensa negra de Bagé, bem como o jornal de ampla circulação intitulado Correio do Sul; estatutos do Clube Os Zíngaros; fotos de entidades carnavalescas e de entidades negras locais e registros obtidos através da realização de entrevistas com membros de associações negras da cidade.
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