Arquitetura da macieira em regimes térmicos hibernais contrastantes: tipologia da ramificação primaveril e sua relação com o estado hídrico de gemas durante o inverno
Resumo
A macieira (Malus X domestica Borkh.) apresenta anomalias fisiológicas quando cultivada em
regiões de inverno ameno, onde o frio hibernal é insuficiente para superação da dormência.
Assim, na presente tese foram estudados três temas de pesquisa. No tema 1 estudou-se a
distribuição e fenologia da brotação e crescimento inicial da ramificação primaveril; No tema 2
estudou-se a brotação primaveril através da determinação do status hídrico de gemas laterais e
da condutância hidráulica do xilema. O tema 3 realizou-se a análise do comportamento da
brotação primaveril de uma cultivar de baixo exigência em frio cultivada em inverno ameno. Para
isso, foram montados dois dispositivos experimentais: Experimento 1: realizado em
Montpellier/França, onde foram estudadas quatro cultivares de macieira, com diferentes
requerimentos em frio (‘Condessa’, ‘Granny Smith’, ‘Royal Gala’ e ‘Starkrimson’), submetidas a
dois regimes térmicos (inverno frio, condições naturais de Montpellier; e inverno ameno,
temperatura controlada em casa-de-vegetação). Experimento 2: realizado com a cultivar de baixo
requerimento em frio ‘Eva’ sob regime térmico hibernal ameno (condição natural de Capão do
leão/Brasil). A partir do experimento 1, dois artigos foram redigidos . Conclui-se a partir dos
resultados obtidos (artigos 1 e 2) que as temperaturas hibernais têm o principal efeito na
distribuição da ramificação ao longo do eixo principal e no tempo para brotação; a presença de
folha das plantas submetidas ao regime térmico de inverno ameno não afeta a distribu ição de
ramos prolépticos vegetativos; a cultivar exerce efeito no crescimento da ramificação. Com
relação ao status hídrico, conclui-se que durante o inverno (período de dormência) as gemas
laterais permanecem hidraulicamente isoladas do eixo principal; assim como o potencial de
brotação está relacionado a um efeito ramo inteiro (todo eixo principal) do que ao potencial
individual de cada gema lateral. Através do experimento 2, um artigo foi elaborado, tendo por
objetivo testar a hipótese que a posição em que a gema lateral está localizada sobre o eixo
principal têm efeito na brotação primaveril, no conteúdo de água e tamanho das mesmas. Pode-se
concluir deste estudo que uma semana antes a brotação, as gemas localizadas na zona distal
possuem maior potencial de crescimento (maior frequência de brotação e menor tempo médio
para brotação), além de apresentarem maior umidade ponderal e tamanho.
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