Vitimização por violência urbana em universitários
Resumo
Este estudo faz parte do consórcio de mestrado 2017/2018 do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas. Foi realizado um estudo transversal que incluiu uma amostra censitária dos universitários (≥18 anos) ingressantes da Universidade Federal de Pelotas. Os dados foram coletados entre novembro de 2017 e julho de 2018. Foram avaliados 1865 estudantes utilizando questionário auto aplicado e anônimo por meio de tablets, aplicado em sala de aula. A prevalência de vitimização por violência urbana foi 12,2% (IC95% 10,8 – 13,8). Quase a metade dos estudantes sofreu mais de um episódio de violência no último ano. No episódio de vitimização mais grave, o principal meio utilizado foi arma de fogo (37,8%), a violência foi perpetrada por bandido ladrão ou assaltante (76,9%), ocorreu em via pública (85,3%) e uma em cada quatro vítimas teve algum tipo de lesão decorrente da violência. Após ajuste para fatores de confusão, análises baseadas em modelo conceitual hierárquico apontaram que indivíduos do sexo masculino, com cor da pele preta ou parda, que declararam orientação homo ou bissexual, e que fizeram uso de drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida tiveram maior prevalência de vitimização. Mais pesquisas são necessárias para conhecer o perfil das vítimas e subsidiar a criação de políticas públicas de prevenção e combate à violência urbana.

