Caracterização durante o tempo de armazenamento da xantana sintetizada por Xanthomonas arboricola pv. pruni modificada quimicamente por desacetilação e reticulação
Resumo
A goma xantana é um biopolímero produzido a partir de Xanthomonas, por fermentação apartir de fonte natural. As propriedades da goma são afetadas por sua composição química, estrutura e massa molecular, sendo amplamente utilizada na indústria de alimentos, farmacêutica e petrolífera. Neste trabalho foram produzidas xantanas a partir do processo fermentativo de Xanthomonas arborícolas pv pruni cepa 106 e xantana comercial (Jungbunzlauer®) utilizada como controle. A partir destas foram realizadas as modificações químicas pós-fermentativa, desacetilação e reticulação, e foi analisado o comportamento durante o tempo de armazenamento sob diferentes condições de temperatura (25 °C e 45 °C). As gomas foram caracterizadas em relação as análises do rendimento do processo, teor de umidade, teor de sais, a morfologia através das imagens de MEV e por fim caracterização dos grupos funcionais a partir do FTIR. Após, foram analisados ao longo do período de armazenamento o teor de acetil e piruvato, o grau de intumescimento e as propriedades reológicas das gomas. A partir dessas análises pode-se observar um rendimento médio no processo de fermentação da xantana pruini de 11,03 g L-1. Em relação a modificação química, o processo de desacetilação para xantana pruni apresentou baixo rendimento (58,7%) quando comparado com o processo de desacetilação da xantana comercial (82,7%). Já o processo de reticulação com glutaraldeído apresentou altos rendimento 90,7% para xantana pruni e 81,5% para xantana comercial. As xantanas armazenadas a 45 °C apresentaram uma redução média de 60% do teor de umidade no final do armazenamento. A xantana pruni natural apresentou elevado teor de potássio (44,2 mg g-1) em relação a xantana comercial natural (0,8 mg g-1). Através da microscopia eletrônica de varredura (MEV) do pó de xantana, observou-se diferenças na superfície entre as xantanas naturais e modificadas. A partir das análises de FTIR verificou-se alteração nos grupos funcionais presentes nas gomas, comprovando a inserção de novos grupamentos ativos, devido às modificações químicas pós-fermentativas que foram realizadas. A xantana comercial natural, em sua composição química apresentou elevado conteúdo de acetila (4,97%) em relação a xantana pruni natural (1,33%). O conteúdo de piruvato não foi alterado com a desacetilação termoquímica. O comportamento do grau de intumescimento em quase todas as xantanas, exceto para xantana pruni reticulada, apresentaram um aumento no grau de intumescimento com o decorrer do tempo de análise. Para a xantana pruni reticulada, observou-se uma redução no grau de intumescimento (inferior a 40%) e na viscosidade, afirmando que a reticulação com glutaraldeído afeta diretamente a solubilidade da xantana. Por fim, conclui-se que, a viscosidade das xantanas pruni e comercial, são influenciadas diretamente pelas modificações químicas e pela temperatura de armazenamento.
