Uso regular de serviços odontológicos entre universitários de uma universidade federal do sul do Brasil
Resumo
Nos últimos anos houve uma ampliação das instituições federais de ensino
superior. A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) recebe discentes de todas as regiões
brasileiras com diferentes características sociodemográficas e socioeconômicas. Estes
jovens caracterizam-se como indivíduos em fase de consolidação de hábitos saudáveis. O
objetivo deste estudo foi verificar a prevalência e os fatores associados ao uso regular de
serviços odontológicos entre acadêmicos da UFPel. Este estudo está vinculado ao
consórcio de pesquisa da turma de mestrandos 2017/2018 do Programa de Pós-Graduação
em Epidemiologia da UFPel (PPGE-UFPel). Trata-se de um estudo transversal que
entrevistou 1865 estudantes maiores de 18 anos, ingressantes em 2017/1 matriculados no
segundo semestre letivo de 2017 e no primeiro de 2018 em cursos presenciais. Os usuários
regulares foram definidos como os indivíduos que relataram que vão regularmente ao
dentista com ou sem problemas dentários percebidos. Foram coletadas variáveis
demográficas, socioeconômicas e de saúde bucal para testar os fatores associados ao uso
regular de serviços odontológicos. As análises estatísticas foram baseadas em modelos de
regressão de Poisson. Este estudo foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas. Foi obtido de cada
participante um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A prevalência de
uso regular de serviços odontológicos foi de 45,0% (IC95% 42,7-47,3). Os universitários
com classe social elevada (p=0,025), que o local da última consulta odontológica foi
particular (p=0,027), que autoperceberam de forma positiva a sua saúde bucal (p<0,001)
e que não relataram ter dor de dente nos últimos 6 meses (p=0,023) apresentaram maiores
prevalências de uso regular dos serviços odontológicos. Os resultados apontam para
desigualdades no uso regular dos serviços odontológicos relacionadas a fatores
socioeconômicos e um menor uso entre os universitários com piores condições de saúde
bucal. Esses resultados sugerem que políticas públicas de prevenção e promoção em
saúde em instituições de ensino superior devem ser realizadas

