Geotecnologias aplicadas às dinâmicas ambientais causadas pela implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte-PA
Fecha
2025-04-07Autor
Silva, Paulo Renato Piedade da
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A Usina Hidrelétrica de Belo Monte (UHBM), localizada no rio Xingu, Pará, é um dos
maiores empreendimentos hidrelétricos do Brasil, com impactos ambientais e sociais
significativos. Este estudo analisou as mudanças ambientais na área de influência da
UHBM entre 2001 e 2022, utilizando geotecnologias e imagens de satélite
processadas na plataforma Google Earth Engine. O algoritmo Random Forest foi
aplicado para classificar o uso e cobertura do solo, com foco em mudanças na
vegetação, hidrografia e ocupação humana. As análises multitemporais abrangeram
os anos de 2001, 2006, 2011, 2016, 2021 e 2022, e o Índice de Vegetação por
Diferença Normalizada (NDVI) foi empregado para distinguir diferentes tipos de
cobertura vegetal. Os resultados revelaram uma redução significativa na área florestal,
de 48,97% em 2001 para 44,10% em 2022, enquanto as pastagens aumentaram de
27,02% para 36,68% no mesmo período. A área urbana também apresentou
crescimento, passando de 0,27% para 0,62%. Essas transformações destacam a
necessidade de políticas eficazes de mitigação e monitoramento ambiental para
minimizar os impactos a longo prazo sobre a biodiversidade e as comunidades locais.
Este estudo reforça a importância das geotecnologias para a gestão sustentável de
grandes empreendimentos hidrelétricos, fornecendo subsídios para futuras pesquisas
e decisões que equilibrem desenvolvimento energético e preservação ambiental. A
metodologia adotada demonstrou a relevância do sensoriamento remoto (SR) e do
geoprocessamento para a compreensão das dinâmicas ambientais em grandes
empreendimentos, destacando a importância do monitoramento contínuo e da adoção
de estratégias sustentáveis para minimizar os impactos. Conclui-se que a UHBM
alterou significativamente a paisagem da região, reforçando a aplicabilidade das
geotecnologias no acompanhamento dessas transformações e sugerindo que futuras
pesquisas aprofundem a relação entre desenvolvimento energético e conservação
ambiental na Amazônia.