Assistência e elites no extremo sul do Brasil: a Santa Casa de Misericórdia de Rio Grande (1835-1909)
Resumo
Este trabalho investiga a trajetória da Santa Casa de Misericórdia de Rio Grande – RS, entre os anos de 1835 e 1909, sua importância como instituição de assistência, não somente no campo hospitalar, mas também como estabelecimento que alimentou os presos pobres, prestou assistência às crianças abandonadas e gerenciou cemitérios. A pesquisa abordou as conexões existentes entre a Misericórdia de Rio Grande e as elites locais, demonstrando que os provedores e benfeitores faziam parte desse seleto grupo da sociedade local e que ocupar esses espaços de poder favorecia a visibilidade social, constituindo-se num importante mecanismo para as elites locais na sociedade oitocentista. Tal situação era um fenômeno comum no estabelecimento de uma Misericórdia e singular pelas formas e critérios de relacionar-se com o social. A tese também objetivou analisar a demarcação de poder pela representação da imagem de onze benfeitores que tiveram seu perfil traçado. Estes benfeitores estão, sob a forma de um quadro, eternizados no salão de honra, espaço de visibilidade para a instituição e de fundamental importância na sua gestão. Ainda, o trabalho buscou verificar a atuação dos provedores e benfeitores da Misericórdia no campo político e nas demais instituições de assistência da cidade de Rio Grande.