Carnaval, memória e identidade: registros e narrativas sobre a escola de samba Imperatriz da zona norte da cidade de Cruz Alta-RS
Resumo
Esta pesquisa realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pelotas - UFPEl, na linha de pesquisa Imagens: entre Iconografia, Cultura Visual e Intermidialidade, com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES - Código de Financiamento 001 – e que integra o Grupo de Pesquisa OMEGA - Observatório de Memória, Educação, Gesto e Arte (UFPel/CNPq), analisa a Escola de Samba Imperatriz da Zona Norte e sua influência no carnaval da cidade de Cruz Alta-RS, focalizando sua trajetória histórica, suas contribuições para o ‘fazer carnavalesco’ e seu papel na produção de identidades, individuais e coletivas, na comunidade da Zona Norte e no carnaval da cidade. Adota-se uma abordagem interdisciplinar, fundamentada na História do Tempo Presente, na História Oral e na Autoetnografia, com o objetivo de compreender, por meio das memórias reavivadas dos integrantes da comunidade da escola de samba e do carnaval local, como a agremiação contribuiu para a preservação da cultura popular por meio do carnaval de rua. Além disso, buscou-se identificar e caracterizar sujeitos-chave na trajetória do carnaval de Cruz Alta, com ênfase na Imperatriz da Zona Norte, registrando eventos marcantes e seus impactos no contexto carnavalesco da cidade. Na consecução teórica do presente trabalho, destacam-se autores como Roberto Da Matta, José Leopoldi, Leila Blass, Renata de Sá Gonzalves, Zunilda Kauffmann, Álvaro Barreto, Isaura Queiroz, Maria Clementina Pereira Cunha, José Carlos Sebe, Rachel Valença, Monique Augras, Thiago Silva de Amorim Jesus, Pierre Bourdieu, Clifford Geertz, Stuart Hall, Peter Burke, Joel Candau, Eric Hobsbawn, entre outros. Consideramos que os resultados desta tese indicam que a Escola de Samba Imperatriz da Zona Norte, no âmbito das relações sociopolíticas por ela estabelecidas e de suas realizações culturais e estéticas no fazer carnavalesco, contribuiu e ainda contribui na produção identitária subjetiva, individual e coletiva, da comunidade da Zona Norte, bem como para a (re)significação do paradigma estético e organizacional do carnaval de rua de Cruz Alta-RS desde a sua fundação no ano de 1993 até os dias atuais.