Quando morrem os pets: sobre humanos, animais de estimação e novos mercados funerários

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Data
2024-09-27Autor
Negrão, Marcus Vinícius Nascimento
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Situada entre os campos da Antropologia da Morte e Antropologia dos Humanos e Não-Humanos, esta pesquisa visa discutir os ritos funerários destinados aos animais de estimação. Através de trabalho de campo desenvolvido no Rio Grande do Sul, busca-se problematizar a expansão da oferta de produtos e serviços no chamado mercado pet, um nicho de atuação mercadológico voltado para demandas de consumo de tutores humanos a partir das relações de afeto que estabelecem com seus animais de estimação. Com atenção focada nas possíveis ligações entre mercado pet e mercado funerário, a presente etnografia pretende dar visibilidade a temáticas sensíveis que marcam a consolidação de vínculos duradouros entre pessoas e pets. Dessa forma, discute-se certas categorias de pensamento – como “amor”, “amizade”, “vida”, “morte”, “luto”, “luto antecipado”, “deslegitimação do luto”, “acolhimento” e “saudade” –, que conformam e dão sentido às experiências vividas na interação entre animais humanos e não-humanos. Desenvolvida majoritariamente nas cidades gaúchas de Pelotas, Gramado, Nova Petrópolis e Rio Grande, esta etnografia está alinhada aos debates antropológicos contemporâneos que refutam a separação dicotômica entre as categorias de pensamento “natureza” e “cultura”, configurando-se numa pesquisa alinhada aos pressupostos epistemológicos da virada ontológica em Antropologia.