Tendências e desigualdades na ocorrência de excesso de peso, obesidade e consumo de frutas e hortaliças no Brasil e nos Estados Unidos entre 2007 e 2019
Resumo
O objetivo do presente estudo foi analisar tendências e desigualdades em fatores de
risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil e nos Estados
Unidos (EUA) entre os anos de 2007 e 2019. Foi realizado um estudo descritivo, de
base populacional, utilizando dados secundários dos inquéritos telefônicos Vigitel
(Brasil) e BRFSS (EUA). A amostra incluiu adultos com dados sobre peso, altura e
consumo alimentar. Como fatores de risco para DCNT utilizou-se as prevalências de
excesso de peso, obesidade, e de consumo regular de frutas e hortaliças. As
tendências nas prevalências de DCNT entre 2007 e 2019 foram analisadas por meio
de modelos de regressão de Prais-Winsten. Já as desigualdades socioeconômicas e
regionais foram analisadas a partir do índice angular de desigualdade absoluta (Slope
Index of Inequality - SII) e do índice de concentração (Concentration Index - CIX). Os
resultados mostraram um aumento significativo na prevalência de excesso de peso e
obesidade em ambos os países, com maior tendência de crescimento no Brasil. Nos
EUA, as prevalências foram consistentemente mais altas, mas com menores taxas
de crescimento. Não houve tendência de aumento para o consumo regular de frutas
e hortaliças em ambos os países. Em ambos os países, as desigualdades foram
persistentes ao longo do período analisado, sendo que o consumo de frutas e
hortaliças foi mais comum entre indivíduos com maior escolaridade, especialmente
mulheres, e moradores de regiões mais desenvolvidas. O estudo concluiu que as
desigualdades socioeconômicas e regionais influenciam os fatores de risco para
DCNT, reforçando a necessidade de políticas públicas voltadas para a promoção da
alimentação saudável e redução das desigualdades de acesso, fundamentais para
conter o impacto crescente das DCNT.