Professoras indígenas de Rondônia: os desafios da formação específica, bilíngue e multicultural - do projeto açaí ao curso licenciatura em educação básica

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Data
2025-03-30Autor
Silva, Francinete Pereira da
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A presente tese tem como objetivo apresentar uma pesquisa etnográfica da formação docente específica, bilíngue, multilíngue e intercultural indígena ofertada pelo estado Rondônia no lapso temporal de 1988 a 2023. Nosso foco foi, de modo especial, a atuação da mulher/professora indígena, que enfrentou e continua lutando contra uma espécie de barreira para ocupar espaços que a cultura ocidental convencionou como lugar masculino. Essa realidade de exclusão é mais incisiva em relação à mulher/professora indígena. Nesse sentido optamos por uma análise antropológica acerca da formação docente na perspectiva dessas mulheres, tendo em vista que a sala de aula nas escolas indígenas na região norte, ainda é espaço majoritariamente ocupado por professores, mesmo havendo professoras habilitadas. Assim a mulher fica excluída de um lugar ainda dominado pela categoria masculina ocidental. Para dar embasamento teórico metodológico numa abordagem qualitativa, utilizei entre outros autores Gersem L. Baniwa (2019), Wilmar D’Angelis (2012), José Ribamar B. Freire (2004) e autoras que discutem a temática mulher indígena como: Maria Lugones (2007), Gloria Anzaldúa (2005), Betty Mindlin (2003), Angela Sacchi (2014), Rita L. Segato (2003), Manuela C. da Cunha (2009), Gilda Kuitá e Darlene Taukane (2001), Rita G. Nascimento (2006) e Joziléia D. Schild (2023). Desse modo, a partir das concepções destes escritores e escritoras, abordo as relações de gênero indígena e a interseccionalidade que perpassa a formação docente indígena nessa parte da Amazônia. Ressalto, que essa realidade vem ganhando novos contornos com o ingresso da mulher na academia/ensino superior bem como, com o engajamento delas no movimento de mulheres, via associações indígenas