“Santa e dolorosa tarefa”: a educação de surdos a partir do congresso de Milão (1880)

Abstract

Ao longo dos anos, as abordagens e práticas voltadas à educação de surdos variou amplamente em todo o mundo. Antes do século XVIII, a falta de um sistema educacional formal para esses sujeitos fez com que suas necessidades fossem sistematicamente negligenciadas. Em finais do século XVIII e início do XIX, duas abordagens principais passam a ganhar mais destaque: o método por sinais e o método oral. Mesmo que a metodologia que envolvia sinais fosse popular em várias partes do mundo e tivesse um número significativo de adeptos, é o método oral que vai ganhar mais evidência, especialmente em países europeus. Essas duas vertentes vão gerar debates acalorados com relação a qual seria a melhor abordagem para a educação de surdos. Defensores do método oral, também chamados oralistas, acreditavam que a fala era essencial para que houvesse a real integração dos surdos numa sociedade de ouvintes, ponderando que o uso de sinais defendido pelos chamados gestualistas levava à segregação da pessoa surda já que ela não poderia se comunicar com aqueles que eram ouvintes.