Faces do sindicalismo rural brasileiro: o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Lourenço do Sul (1966-1985)

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Data
2024-10-29Autor
Altenburg, Patrícia Schneid
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Mostrar registro completoResumo
Compreendendo que todos os sujeitos são históricos e que todos os grupos humanos da Terra merecem ter sua história contada, a presente dissertação de mestrado tem como objetivo apresentar um segmento do sindicalismo rural brasileiro ainda pouco explorado pela História e demais áreas das Ciências Humanas: o sindicalismo de trabalhadores rurais vinculado à FAG, frente de representação dos trabalhadores do campo no Rio Grande do Sul, criada em 1962 por bispos católicos com o intuito de congregar pequenos proprietários e empregados rurais daquele estado, pleitear-lhes direitos e mobilizá-los para o combate ao comunismo, supostamente promovido por organizações camponesas de esquerda, de caráter mais combativo, como o MASTER. Esse contexto se concretiza após o Golpe Civil-Militar de 1964, quando o sindicalismo promovido pela Igreja Católica passa a ser o único permitido pela Ditadura, possibilitando a fundação, em 1967, da entidade aqui especificamente enfocada: o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São Lourenço do Sul, um ano após a obtenção de sua carta sindical. Diante disso, utilizando a História Social e alguns tópicos da História Política como aporte teórico, além da Micro-História e da História Oral como subsídios metodológicos, e por meio da análise de atas de assembleias, fichas de associados, matérias veiculadas em jornais locais e relatos orais, este estudo busca explorar a trajetória do referido sindicato durante parte da Ditadura Civil-Militar (1966-1985). O trabalho investiga as razões que permitiram sua emergência naquela comunidade, fortemente marcada pela cultura teuta, as lideranças vinculadas à sua criação e manutenção, os mecanismos utilizados para angariar associados, alcançar interesses e obter demandas, bem como as relações construídas pelo grupo dentro e fora da entidade.