“Eu sou mulher, me ouçam rugir”: Cruella e a ressignificação do feminino-vilão nas produções cinematográficas Disney
Resumo
A presente dissertação tem como objetivo tecer reflexões historiográficas acerca da ressignificação da categoria feminino-vilão na cultura pop através da personagem Cruella De Vil. Analisando esta personagem desde sua concepção na narrativa de Dodie Smith de 1956 até a mais recente proposta live-action Cruella, discute-se a questão relativa à construção performativa de feminino historicamente cristalizada pelos estúdios Walt Disney Pictures nas suas personagens princesas e vilãs considerando-se os contextos históricos e culturais em que cada obra fora produzida, assim, destacando as contestações e transformações nestes arquétipos à luz do atual século. Ademais, discorre-se a respeito das diferentes construções e representações de Cruella na literatura e cinematografia (a partir das obras Disney), com maior ênfase no live-action de 2021 em que a personagem é apresentada como protagonista de seu próprio filme, evidenciando as mudanças nas percepções sociais e culturais sobre o feminino-vilão.