Luz e sombra na representação arquitetônica e cinematográfica: intersecções entre Kogan e Bergman
Resumo
Este estudo buscou compreender as associações entre a obra arquitetônica de Márcio Kogan com alguns elementos estéticos presentes na filmografia do cineasta sueco Ingmar Bergman. Kogan explicita em seu discurso a inspiração vinda do cinema e,
particularmente, sua atração por obras de Bergman. Dentre os elementos que sugerem tais conexões têm-se as estratégias de uso de luz e sombra para compor suas imagens. Para a investigação, realizou-se um procedimento analítico e comparativo entre as fotografias de obras de Kogan, disponibilizadas pelo próprio arquiteto, e as fotografias advindas de um processo de decupagem de filmes de Bergman, para selecionar imagens que pudessem evidenciar as referidas conexões. Por meio de procedimentos de geometria gráfica, foram observadas as correspondências de organização formal entre as imagens envolvidas. Buscou-se, com isto, compreender alguns dos aspectos que possam elucidar sobre como este arquiteto transpõe a experiência com a cinematografia para sua prática projetual. O estudo envolveu a representação digital como método projetivo, em especial quanto ao potencial de previsão da luz e sombra. Os resultados do estudo referem-se aos esquemas gráficos, que conectam uma maneira de organização formal correspondente entre imagens arquitetônicas e cinematográficas, associados a um
discurso reflexivo que destaca o valor das contribuições do processo projetual investigado de Kogan, marcado pelo olhar provocativo do cinema, para o contexto formativo de arquitetura.