Efeito probiótico de Lactococcus lactis na prevenção e no tratamento de doenças inflamatórias intestinais em camundongos: uma revisão sistemática
Resumo
No Brasil, as doenças inflamatórias intestinais acometem, aproximadamente, 10 a 27
indivíduos a cada 100 mil habitantes. Essas patologias são causadas pela interação
de fatores genéticos, microbiota e imunorregulação da mucosa intestinal. O efeito
benéfico das bactérias ácido láticas como probióticos no ambiente intestinal vem
sendo estudado por muitos pesquisadores, pois os metabólitos ativos liberados por
essas bactérias no trânsito intestinal podem permear a camada intestinal para exercer
efeitos anti-inflamatórios, estabilizar a camada de muco e auxiliar a cicatrização do
epitélio intestinal. Estudos experimentais e observacionais demonstram que a bactéria
Lactococcus lactis (L. lactis) é capaz de criar e manter um ambiente anti-inflamatório
no trato gastrointestinal e, assim, diminuir efetivamente o início da inflamação em
doenças como a Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn. Assim, o objetivo do
presente estudo foi avaliar o efeito probiótico da bactéria ácido lática L. lactis na
prevenção e no tratamento de doenças inflamatórias intestinais por meio de uma
revisão sistemática da literatura. As bases de dados utilizadas foram Cochrane Library
e PubMed e os descritores utilizados foram L. lactis, Inflammatory bowel disease,
Prevention, Treatment, Crohn’s disease, Ulcerative Retocolitis e Acid Lactic Bacteria.
Ao total, foram encontrados 3.320 artigos, seis incluídos na revisão. De acordo com
os resultados, é possível sugerir que esta espécie de bactéria ácido lática pode auxiliar
no tratamento e na modulação intestinal de animais que apresentam Retocolite
Ulcerativa e Doença de Crohn. O presente estudo sugere ainda uma possível
alternativa ao tratamento e modulação das doenças inflamatórias intestinais em seres
humanos, de tal forma que a bactéria em estudo, L. lactis, é capaz de auxiliar na
remissão de sintomas e, consequentemente, fornecer maior qualidade de vida aos
pacientes acometidos por estas doenças. Mais estudos experimentais são
necessários para confirmar os achados.