GnRH34 com ou sem cipionato de estradiol na IATF de vacas Bos indicus

Visualizar/ Abrir
Data
2024-02-22Autor
Silva, Samira Alves de Souza
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A sincronia entre a ovulação e a inseminação artificial (IA) é um dos principais fatores
para melhorar os índices de prenhez em protocolos hormonais para uso da
inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Visando melhorar esta sincronia, dois
experimentos foram realizados para avaliar os efeitos do tratamento com GnRH na
fertilidade de vacas Nelore pós-parto tratadas com protocolo baseado em
estradiol/progesterona (E2/P4) para IATF. O Experimento 1 foi realizado para
comparar o efeito do GnRH administrado 34 h após a progesterona isoladamente
(GnRH34); e associado com cipionato de estradiol (CE-GnRH34) no momento da
ovulação, na produção de progesterona e vascularização do corpo lúteo. Vacas
Nelore pós-parto (n = 26) foram tratadas com 2 mg de benzoato de estradiol (BE) e
DIV contendo 1 g de P4. Após 8 dias, o DIV foi removido, e todas as vacas foram
tratadas com 150 mg de d-cloprostenol (análogo da prostaglandina F2 alfa) e 300 UI
de gonadotrofina coriônica equina (eCG), além de terem a base da cauda pintada para
detecção de estro. Nesse momento foram distribuídas aleatoriamente para receber:
1) solução salina 0,9% i.m. (grupo GnRH34, n = 13) ou 2) 0,6 mg i.m. de CE (grupo
CE-GnRH34, n =13). No dia 9 (17:00), todas as vacas receberam análogo de GnRH
(10,5 µg de acetato de buserelina) i.m. O status do folículo dominante foi
acompanhado por ultrassonografia transretal em intervalos de 12 horas, desde a
remoção do DIV até a ovulação. O momento da ovulação e a proporção de vacas que
ovularam foi similar (P > 0,05) entre os grupos, e não houveram diferenças quanto as
características do CL e produção de P4. O Experimento 2 foi realizado para avaliar a
eficácia dos protocolos GnRH34 e CE-GnRH34 na fertilidade de vacas Nelore pósparto. Além disso, esses tratamentos foram comparados com o protocolo CEGnRH48, no qual as vacas receberam CE na remoção do DIV, enquanto aquelas que
não manifestaram estro, receberam GnRH na IATF. As vacas (n = 981) foram
submetidas ao mesmo protocolo descrito no Experimento 1. Assim, neste
experimento, os grupos consistiram de GnRH34 (n = 322), CE-GnRH34 (n = 335) e
CE-GnRH48 (n = 324). Uma maior (P < 0,05) taxa de expressão de estro foi observada
em vacas tratadas com CE após remoção do DIV (CE-GnRH34: 69%, CE-GnRH48:
64,8%) do que em vacas do grupo GnRH34 (45,6%). A P/IA no grupo CE-GnRH34
(64,2%; 215/335) tendeu (P = 0,1) a ser maior que no grupo GnRH34 (58%; 187/322),
não sendo observada essa tendência entre esses grupos e o CE-GnR48 (59.9%;
194/324).. Embora não tenham sido detectadas diferenças na sincronia da ovulação
entre os grupos, a P/IA em vacas tratadas com CE e GnRH 34 h após a remoção da
DIV tendeu a ser maior do que em vacas tratadas apenas com GnRH34. Portanto,
dado que a P/IA não diferiu entre os grupos CE-GnRH34 e CE-GnRH48, nossos
resultados sugerem que o protocolo de melhor custo-benefício consiste na administração de CE no momento da remoção da DIV seguida de tratamento com GnRH no momento da IATF nas vacas que não manifestaram estro.