Domícia Longina: gênero, agência e poder na Roma imperial no século I d. C.
Resumo
Esta tese aborda a questão do gênero feminino no contexto do Império Romano durante o século I d.C., com foco na figura de Domícia Longina, esposa de Domiciano, imperador que governou de 81-96 d.C. A pesquisa investiga a agência política e poder das mulheres, em particular, por meio da análise da concessão do título de Augusta às primeiras mulheres da casa imperial. Além disso, examinamos como as honras imperiais funcionaram como mecanismos utilizados para conferir e legitimar a influência política. Paralelamente, investigamos o exílio como um instrumento relevante para o controle dos jogos políticos dentro da aristocracia romana. Domícia emerge como uma figura de destaque em nossa pesquisa devido à sua conexão com redes familiares senatoriais, por ser descendente direta do primeiro Augusto, e filha de um general. Essas conexões desempenharam um papel fundamental em sua vida e em seus casamentos subsequentes. Ela enfrentou uma acusação de adultério, foi exilada, mas posteriormente foi reintegrada à domus imperial. Vale destacar que ela teve um filho que foi deificado, era proprietária de uma olaria lucrativa próxima a Roma, sobreviveu ao assassinato de seu marido, e recebeu homenagens na dinastia seguinte. O conjunto dessas ações e circunstâncias oferece uma base sólida para a reflexão sobre os limites da influência política, econômica e social das mulheres na Roma do século I d.C. É importante ressaltar que, mesmo representando uma parcela minoritária da sociedade, as mulheres desempenharam papéis significativos e multifacetados durante esse período.