Estudo retrospectivo de animais silvestres recebidos no Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre UFPel
Resumo
O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, com uma flora e fauna que
englobam inúmeras espécies. Porém devido a vários fatores, principalmente a
pressão antrópica, o tráfico de animais, as queimadas e atropelamento, o número de
animais está diminuindo. Sendo assim, muitos animais vítimas desses fatores
necessitam de atendimento, que é feito através de locais autorizados pelos órgãos
competentes, como Centros de Triagem de Animais Silvestres, a prestar o serviço de
triagem, tratamento, reabilitação e soltura ou destinação dos animais. Devido às
poucas informações sobre a casuística de atendimento de animais silvestres no
extremo Sul do Brasil, o objetivo deste trabalho é apresentar em forma de artigo os
dados de recebimento dos animais que chegaram para atendimento no Núcleo de
Reabilitação da Fauna Silvestre, durante o período de 2019 a 2021. Os dados foram
obtidos a partir do livro de registro de entrada dos animais e tabelados em uma
planilha. Após a análise dos dados, verifica-se que foram atendidos um total de 5.255
animais, sendo 1.026 animais em 2019, 2.013 animais em 2020 e 2.216 animais em
2021, observando um aumento de 79,33% de animais atendidos de 2019 a 2021. A
classe de maior casuística de recebimento foram as aves com 72% de recebimento
em relação aos mamíferos e répteis. Os meses de maior recebimento de animais
silvestres foram novembro e dezembro. A apreensão (28%), seguido pelos órfãos
(24%) foram as maiores causas destes recebimentos e em 50,7% dos casos, os
animais foram destinados à soltura após a reabilitação. O tempo médio de
permanência desses animais na instituição foi de 38 dias em 2019, 16 dias em 2020
e 13 dias em 2021. O conhecimento dessas informações possibilita a identificação e
criação de estratégias que minimizem os impactos sobre a fauna silvestre no extremo
Sul do Brasil.