Marginálias: uma reflexão escrita e imagética sobre as anotações encontradas nas páginas de um exemplar de Casa Grande & Senzala, de 1936
Resumo
Esta dissertação nasce de um desejo de resposta para um encontro inusitado com um livro. O livro na pesquisa também é compreendido como uma materialidade e espacialidade que repercute na produção, é lugar de onde retiro conceitos, frases, fragmentos e testemunhos confessos do horror do colonialismo no Brasil. O presente texto foi criado de forma a trazer reflexão teórica e trabalhos que desenvolvi ao longo do mestrado, a fim de entender como é possível criar imagens que falem do peso do passado e sua perpetuação no racismo estrutural e, ao mesmo tempo, instaurem uma crítica sobre o papel da branquitude nesse debate. Este trabalho instala a dimensão da leitura como uma operação de viagem no tempo, de aproximação com um contexto histórico para uma luta necessária, nesse embate com um passado apagado, naturalizado. Dessa forma, se entende a leitura também como força ativa que modifica algo ao se fazer, começando por nós mesmos e nossas percepções.