Leptospirose no Rio Grande do Sul: determinantes, distribuição espacial e temporal entre 2010 e 2019

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Data
2021-08-31Autor
Teles, Alessandra Jacomelli
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Esta tese é composta, por dois artigos científicos, um referente aos determinantes
sociais da leptospirose e outro à distribuição espacial, temporal e a predição de
casos de leptospirose no Rio Grande do Sul, entre 2010 a 2019. Objetivou-se avaliar
a incidência de leptospirose no Rio Grande do Sul, Brasil no período de 2010 a
2019. Para desenvolvimento do estudo foram analisados bancos de dados gerados
pelo Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Durante o período de
estudo foram confirmados 4.760 casos de leptospirose humana desses 238
evoluíram a óbito. Os determinantes sociais de maior ocorrência foram sexo
masculino (87, 1%), idade entre 20 a 50 anos (58,2%), com ensino fundamental
incompleto (56,3%), cor de pele branca (88,6%). A letalidade foi maior em pessoas
pardas, com menor nível de escolaridade. Os fatores de risco estatisticamente
associados ao óbito foram o contato prévio com fossas ou esgotos, córregos ou
lagos, diretamente com roedores, ambiente de lavoura, armazenamento de grãos e
lixos e entulhos. O índice de vulnerabilidade à saúde foi associado a uma maior taxa
de incidência da enfermidade principalmente em municípios localizados na região
central do Rio Grande do Sul. Na análise da distribuição espacial da leptospirose
observou-se que os municípios situados na região central apresentaram taxas de
incidência elevadas, a região metropolita de Porto Alegre, foi caracterizada como um
cluster, com risco elevado da transmissão da leptospirose. Identificou-se a ausência
de tendência da enfermidade e sazonalidade nos meses de janeiro, fevereiro, março
e abril. Na modelagem da série temporal, o modelo SARIMA (1,2,1) (1,0,1) foi o mais
adequado, indicando uma queda na incidência no ano de 2020. Essa técnica pode
ser utilizada como uma ferramenta, permitindo fazer previsões do número de casos
futuros.