Avaliação dos efeitos do resveratrol em parâmetros do sistema purinérgico e biomarcadores oxidativos em plaquetas e soro de ratos com hipotireoidismo

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Data
2023-05-19Autor
Stoltzenburg, Josiane Tonel da Costa Assumpção
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O hipotireoidismo é uma doença endócrina caracterizada pela baixa produção dos
hormônios tireoidianos e é frequentemente observado na população, sendo mais
prevalente no sexo feminino. Está associado a um aumento no risco cardiovascular,
que pode ser influenciado pela agregação plaquetária e estresse oxidativo. Apesar do
tratamento com reposição hormonal, muitos pacientes continuam sofrendo com
sintomas persistentes, o que despertou o interesse em encontrar terapias
complementares e os polifenóis, como o resveratrol, têm se destacado nessa busca,
devido suas inúmeras propriedades benéficas para o organismo. Diversos estudos
têm sido conduzidos com o propósito de aprimorar a compreensão dos mecanismos
subjacentes a essa doença, destacando-se o sistema purinérgico e os biomarcadores
de estresse oxidativo. As pesquisas têm consistentemente demonstrado que as
alterações nessas vias podem influenciar as mudanças nas plaquetas, resultando no
aumento da sua agregação e, consequentemente, elevando o risco cardiovascular no
contexto do hipotireoidismo. Diante disso, este trabalho teve como objetivo investigar
os efeitos do resveratrol em plaquetas e soro de ratos com hipotireoidismo, avaliando
seus efeitos na densidade do receptor plaquetário P2Y12, na atividade e densidade
de enzimas purinérgicas e em parâmetros oxidativos. O hipotireoidismo foi induzido
pelo metimazol nos grupos experimentais (MMI/S, MMI/RSV) e o resveratrol foi
administrado como terapia preventiva (MMI/RSV), durante os 30 dias do experimento,
com n de 7 animais por grupo. Os resultados mostraram que os animais com
hipotireoidismo apresentaram uma redução na atividade das enzimas NTPDase e 5’-
Nucleotidase e o resveratrol manteve a hidrólise de adenosina trifosfato (ATP) próxima
aos níveis do grupo controle, além de prevenir o aumento na atividade e densidade
da enzima Adenosina desaminase/CD46, que foram observadas alteradas pelo
hipotireoidismo. Além disso, o resveratrol reduziu significativamente a densidade do
receptor P2Y12 nas plaquetas. O hipotireoidismo causou estresse oxidativo,
evidenciado pelo desequilíbrio redox, mas o resveratrol efetivamente preveniu o
aumento de espécies reativas (RS) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS) e restaurou os níveis de antioxidantes, como a atividade da glutationa-S transferase (GST) e os níveis totais de tiol (T-SH), que estavam reduzidos no grupo
MMI/S. Esses resultados sugerem que o resveratrol pode modular as enzimas
purinérgicas, reduzir a densidade do receptor P2Y12 e exercer efeitos antioxidantes
no hipotireoidismo, fornecendo potenciais mecanismos de proteção cardiovascular.
Esses achados contribuem para o entendimento dos mecanismos envolvidos no
hipotireoidismo e podem abrir caminho para o desenvolvimento de abordagens
terapêuticas complementares visando o tratamento mais efetivo dessa doença
endócrina. No entanto, mais investigações são necessárias para explorar e
compreender melhor esses mecanismos, além de avaliar a combinação do resveratrol
com terapias de manutenção existentes.