Quem são as pessoas politicamente invisíveis? uma análise do campo político e das candidaturas trans nas eleições municipais brasileiras de 2020
Resumo
O presente estudo baseia-se na exploração do campo político brasileiro e na análise das candidaturas de pessoas trans no processo eleitoral municipal de 2020, entendendo de que forma ocorre esse fenômeno e observando dados constantes da base do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A partir das abordagens da consolidação do ativismo trans, da representação descritiva, da
constituição do sujeito e do poder, bem como da análise da ocupação da arena eleitoral através do conceito de capital político, a dissertação em epígrafe pretende dar maior visibilidade às pesquisas que versam sobre gênero e política, mais precisamente quanto às demandas de pessoas trans. Consoante toda a estrutura sistêmica da política nacional de exclusão e marginalização de pessoas trans, o objetivo desta pesquisa é entender o porquê falta representação de pessoas trans no Legislativo brasileiro e o porquê do índice de pessoas trans eleitas é extremamente ínfimo, ao passo que se pretende explorar a literatura quanto ao assunto e trazer discussões importantes para uma maior evidência dessas pautas de orientação sexual e identidade de gênero.
À luz dessa discussão, portanto, e em linhas gerais, pode-se destacar que o trabalho possibilitou manifestar e exibir uma discussão sobre a importância das candidaturas de pessoas trans na esfera da política nacional, oportunizando, por conseguinte, que sejam propostas políticas públicas, discussões e deliberações a favor desse segmento social, historicamente marginalizado. Explica-se esse fenômeno, enfim, por conta da violência que sofrem as pessoas LGBTQIAPN+ (em especial as pessoas trans) e a falta de acúmulo de capital político como consequência de todo esse aparato moldado para excluir vivências dissidentes da norma cisheteronormativa.