O ensino de frações em manuais de aritmética publicados em Portugal no século XVIII

Abstract

Inserido no projeto intitulado “Processos históricos de educabilidades: discursos, práticas, instituições e acervos de pesquisas”, a proposta pretende contribuir com as discussões no campo da História da Educação (e) Matemática relativas aos processos de ensino da matemática em contextos socioculturais passados, qual seja o daqueles desenvolvidos por meio de impressos pedagógicos publicados no Setecentos luso. O estudo se justifica a partir da compreensão de que no período Moderno, os discursos sobre as práticas de ensino da contagem e das operações elementares da Aritmética manifestado em obras pedagógicas era limitado tanto em Portugal, quanto, e principalmente, na América Portuguesa. Contudo, no início do século XVIII, por meio da difusão da imprensa e pela proliferação das aprendizagens das leituras e escritas – especialmente com a divulgação das ideias pedagógicas que circulavam pelos grandes centros urbanos europeus – a produção de impressos produzidos por Mestres ganhou centralidade. Mesmo considerando a limitação das práticas de leitura, textos escritos por Mestres contadores (assim denominados à época os professores específicos de matemática), preceptores e pedagogos eram divulgados por editores que se firmavam cada vez mais nas cidades portuguesas, atendendo aos anseios culturais de uma população que parecia estar ávida por novos conhecimentos e desejosas pela alfabetização.