Efeito do exercício passivo em parâmetros bioquímicos e na atividade de ectonucleotidases em plaquetas de pacientes com Acidente Vascular Cerebral internados em Unidade de Terapia Intensiva
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade de ectonucleotidases e parâmetros
bioquímicos em plaquetas e soro de pacientes com AVC internados em Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) que foram submetidos a um protocolo de exercício passivo.
A população estudada foi composta por 18 pacientes com AVC e 18 indivíduos
saudáveis como grupo controle. A mobilização passiva foi realizada em pacientes
com AVC durante sete dias, o sangue foi coletado no primeiro e no sétimo dia. Em
cada dia, o sangue foi coletado antes da sessão de exercício (tempo 0),
imediatamente após a sessão de exercício (tempo de 20) e 40 minutos após a
intervenção passiva (tempo 60). O sangue foi utilizado para a preparação de
plaquetas e soro. Em plaquetas foi avaliada a atividade das enzimas NTPDase, 5 -
nucleotidase e adenosina deaminase (ADA) e em soro parâmetros bioquímicos
como a uréia, ácido úrico, colesterol, triglicérides, AST, ALT, creatinina e proteína Creativa (PCR). Os resultados demonstraram um aumento da hidrólise de ATP e uma
diminuição na hidrólise de ADP e AMP em plaquetas dos pacientes com AVC,
quando comparado com o grupo controle (P≤0,05). Não foram observadas
alterações na atividade da ADA. Após sete dias de aplicação do exercício passivo foi
observado um aumento na atividade de NTPDase utilizando ADP como substrato.
Nenhuma mudança foi observada na hidrólise de ATP e AMP. Em relação à ADA foi
observado um aumento na atividade dessa enzima em plaquetas depois de sete
dias apenas no tempo de 20. Em relação aos parâmetros bioquímicos nossos
resultados mostraram uma diminuição significativa apenas nos níveis de ALT e de
PCR no soro de pacientes com AVC após sete dias de exercício passivo. Estes
resultados sugerem que as alterações nas atividades de ectonucleotidases em
plaquetas podem contribuir para as complicações vasculares observadas no AVC e
o exercício passivo pode ser importante nos mecanismos de trombose, porque
influencia na hidrólise do ADP, o principal agonista de agregação de plaquetas.