Uso de benzodioxolas em sistemas de fotoiniciação de adesivos odontológicos
Resumen
O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade de componentes derivados de benzodioxolas, como co-iniciadores da polimerização radicalar de um adesivo autocondicionante experimental. Para compor sistemas adesivos autocondicionantes experimentais foi desenvolvido um primer, composto por monômeros metacrilatos e solventes. O adesivo foi formulado utilizando uma resina adesiva modelo, composta por 50% de bisfenol A glicidil dimetacrilato (Bis-GMA), 25% de 2-hidroxietil metacrilato (HEMA) e 25% de trietilenoglicol dimetacrilato (TEGDMA), em massa. Canforoquinona (CQ) na concentração 1% molar foi utilizada como fotoiniciador da polimerização da resina modelo. Os grupos experimentais foram formulados com diferentes coiniciadores na resina adesiva: 1,3-benzodioxola (BDO) e álcool piperonílico (AP), em diferentes concentrações molares (0.25, 0.50, 1, 2, 4, 8, 16 %). Adicionalmente um grupo com amina terciária, etil,4-dimetilamino benzoato (EDAB) como co-iniciador, foi formulado como controle. Características e propriedades físicas, químicas e mecânicas do polímero obtido pelos adesivos experimentais foram avaliadas utilizando as metodologias de cinética de polimerização, sorção e solubilidade, resistência à flexão e módulo de elasticidade. A resistência de união à microtração (MPa) ao esmalte e à dentina, com a caracterização do tipo de fratura foi investigada. Adicionalmente, análise morfológica da interface adesiva em dentina foi avaliada. Os resultados indicaram que o BDO e PA foram co-iniciadores efetivos para sistemas fotoiniciadores à base de canforoquinona (CQ). Comparações entre os adesivos experimentais com co-iniciadores derivados de benzodioxolas (ABDO e AAP) e amina (AEDAB), mostraram performance similar na avaliação da cinética de polimerização, resistência à flexão, sorção e solubilidade da resina adesiva modelo avaliada. Na avaliação da resistência de união ao esmalte e à dentina, foi detectada diferença estatística e houve predominância de falhas mistas. APA apresentou maior resistência de união que AEDAB, enquanto ABDO mostrou resultados intermediários. A camada híbrida para todos os grupos apresentou uma espessura entre 1 e 2 Vm. Não foi observada diferença na homogeneidade da interface adesiva em dentina. BDO e PA se revelaram alternativas viáveis à amina como co-iniciadores para a polimerização radicalar. Ademais, estas benzodioxolas são mais promissoras e vantajosas que as aminas, por sua biocompatibilidade e presença na dieta humana