Alterações bioquímicas em espécies do gênero Alternanthera quando expostas à radiação UV-B e UV-C

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Data
2014-02-21Autor
Klein, Fátima Rosane Schuquel
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Mostrar registro completoResumo
Ainda é limitado o conhecimento dos efeitos da radiação ultravioleta (UV) em plantas medicinais quando comparados com o que já se conhece sobre outros fatores ambientais. Para investigar essas foram realizados dois experimentos: o primeiro com o objetivo de estudar a produção de betalaínas, flavonoides totais e atividade antioxidante em plantas de Alternanthera sessilis, Alternanthera brasiliana, Alternanthera tenella e Alternanthera philoxeroides expostas por diferentes períodos à radiação UV-B (280-315 nm) e, no segundo foram realizadas as mesmas análises, sendo, nesse caso investigada também a resposta de enzimas antioxidantes em A. sessilis, A. brasiliana e A. philoxeroides submetidas a diferentes tempos de exposição à UV-C (100-280 nm). No primeiro experimento, plantas cultivadas há 50 dias em casa de vegetação foram expostas a diferentes tempos de radiação UV-B (0, 2, 4, 6 e 8 horas). As coletas foram realizadas em dois períodos, imediatamente após cada tempo de exposição (0h) e após 24h dos mesmos, para visualizar uma possível recuperação. Até a realização da segunda coleta as plantas permaneceram sob iluminação natural, em casa de vegetação. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso em esquema fatorial 4 x 5 x 2 com 5 repetições por tratamento, sendo cada uma representada por uma planta. Dentre as espécies em estudo, A. sessilis foi a que apresentou maior teor de betacianinas totais, betaxantina, flavonoides e maior poder antioxidante quando comparada com as demais espécies em todos os tempos de exposição à radiação. Nas espécies A. sessilis e A. brasiliana foi observado que o tempo de recuperação favoreceu o aumento da produção desses compostos. As espécies A. tenella e A. philoxeroides não apresentaram incremento nos seus metabólitos após exposição à radiação UV-B. Para analisar os efeitos da radiação UV-C foi delineado um experimento inteiramente ao acaso em esquema fatorial 3 x 5, com três espécies (A. sessilis, A. brasiliana e A. philoxeroides) em cinco tempos de radiação (0, 5, 10, 15 e 20 min), com cinco repetições por tratamento. Os resultados dos metabólitos estudados diante da radiação UV-C demonstraram que houve maior incremento destes compostos em A. sessilis, entre 10 e 12 minutos de exposição e em A. brasiliana após 16 minutos de exposição. A espécie A. philoxeroides não apresentou incremento do seu conteúdo depois de irradiadas mantendo-se iguais ao controle. Para a atividade da enzima SOD (Superóxido dismutase), as espécies não apresentaram diferenças significativas enquanto para CAT (Catalase) e APX (Ascorbato peroxidase), A. philoxeroides mostrou maior atividade. Aumento do conteúdo de MDA (malondialdeído) foi verificado em A. philoxeroides e A. sessilis diante da radiação UV-C. Nas condições deste experimento observou-se que ambas as radiações promovem mudanças no conteúdo de betacianinas totais, betaxantinas, e flavonoides nas espécies A. sessilis e A. brasiliana e que a radiação UV-C altera a atividade enzimática somente na espécie A. philoxeroides.Estas mudanças dependem do tempo de exposição e dos mecanismos de defesa acionados diante das radiações.