Aspectos socioeconômicos e de (não)escolaridade dos moradores do Paredão e da Costa Bica (Piratini, RS)
Resumo
Este estudo, uma investigação quali-quantitativa, tem como objetivo apresentar as condições socioeconômicas e de (não)escolaridade dos moradores do Paredão e da Costa do Bica (Piratini, R/S). O trabalho de campo desenvolveu-se nos meses de janeiro e fevereiro do ano de 2008, quando foram visitadas 114 famílias, sendo 57 na localidade do Paredão e 57 na Costa do Bica. O material de coleta de dados utilizado consistiu principalmente em entrevista estruturada. Através da entrevista estruturada, pôde-se mapear dados de 344 pessoas, sendo que as/os responsáveis pela (auto)declaração de informações desse número total foram as 114 pessoas que se disponibilizaram a responder as questões, bem como a assinar a autorização para o uso público das informações coletadas. As informações constantes na entrevista e apresentadas neste trabalho versam sobre a condição socioeconômica dos moradores do Paredão e da Costa do Bica e sobre a (não)escolaridade, foco central da dissertação. Com relação aos dados sobre a (não) escolaridade dos moradores do Paredão e da Costa Bica, quatro eixos básicos foram apresentados: os que não estavam em idade escolar; os que estavam matriculados na Rede Municipal ou Estadual de Ensino; os que não frequentavam mais a escola e os que nunca frequentaram a escola. As análises, que focalizaram principalmente aqueles com idade superior a 15 anos de idade, estão apoiadas em teóricos como Ferraro (1999; 2002; 2004), Galvão (2007), Pinto (2000), Ribeiro (1997; 2004; 2006), dentre outros. Os dados coletados através da entrevista estruturada revelaram que, entre as pessoas com 15 anos ou mais, 40% são analfabetos. As análises realizadas trouxeram indícios de que o analfabetismo nas localidades citadas está relacionado a fatores sociais, históricos e educacionais. Além do analfabetismo, foi constatado, dentre outros aspectos, que as crianças em idade escolar obrigatória frequentam a instituições públicas de ensino, porém aqueles com idade superior a 14 anos, fora da obrigatoriedade, vivenciam processos de exclusão escolar, uma vez que as escolas não oportunizam meios para a permanência desses estudantes oriundos da zona rural.