Entre o trabalho e a correção: escravas e forras na cadeia de Rio Grande/RS (1864-1875)

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Data
2011-06-09Autor
Molet, Claudia Daiane Garcia
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Essa dissertação analisa as trabalhadoras escravas e livres, presas na cadeia da
cidade do Rio Grande, no período compreendido entre 1864 e 1875. Nessa
época, estas mulheres estiveram inseridas num incipiente espaço urbano
predominantemente caracterizado, pela presença de trabalhadores marítimos e
de senhores comerciantes. As mulheres pobres, especialmente aquelas afrodescendentes,
necessitavam trabalhar para obter uma renda para garantir sua
sobrevivência, bem como de suas famílias. Desse modo, seus comportamentos
fugiram do conceito de mulher ideal , preconizado pela sociedade, daquele
período. A pesquisa foi realizada a partir de dois livros de registros de prisões da
cadeia da cidade do Rio Grande que contém os encarceramentos de escravas e
de livres (incluindo as forras). A partir dos dados coletados foi possível perceber
que as escravas eram presas a requisição do senhor. Já no caso das livres
prevaleceram motivos relacionados à embriaguez, a desordem e ao andar fora
de horas . A maioria das encarceradas eram da cor preta e parda. Houve apenas
uma minoria de mulheres brancas presas, entre essas algumas alemãs,
portuguesas e uruguaias. Diante dessa situação ficou evidente que a cadeia do
Rio Grande, durante o período imperial, foi o lugar de punição das mulheres
pobres, pretas e pardas que apresentaram comportamentos considerados pelas
autoridades como desordeiros