Efeitos da temperatura na secagem e da umidade relativa no armazenamento sobre a qualidade de grãos e óleo de canola para biocombustível.
Resumo
A armazenagem de grãos por períodos mais longos, principalmente os que
contém alto teor de óleos para a fabricação de biocombustível, gerou uma maior
dificuldade da cadeia produtiva na etapa de pós-colheita, onde há poucos dados
referentes a secagem e armazenamento de grãos oleaginosos com manutenção de
suas características tecnológicas. Objetivou-se, com o trabalho, estudar nos grãos
de canola os efeitos da temperatura na massa de grãos secados as temperaturas de
20-25, 35-40, 55-60 e 75-80°C, armazenados por períodos de 1, 100, 200 e 300
dias, em ambientes com umidade relativa do ar de 55 a 65% e 75 a 85% e
temperatura controlada de 21±3°C. Foram analisados umidade, massa volumétrica e
teor de óleo dos grãos e também índices de acidez, peróxidos, saponificação e iodo
do óleo dos grãos de canola armazenados e submetidos análise de variância
(ANOVA) dos dados, pelo teste de Tukey (P<0,05). Conclui-se que: A) a temperatura
de secagem na massa de grãos provoca mais danos latentes do que imediatos nos
grãos. B) A umidade relativa do ar no ambiente de armazenamento altera a umidade
de equilíbrio dos grãos, a massa específica, o teor de óleo e a estabilidade hidrolítica
e oxidatíva. C) O tempo de armazenamento é mais influente na estabilidade do óleo
dos grãos em secagens com temperaturas de massa superiores a 40ºC e
armazenamento em ambiente com umidade relativa do ar superior a 70%. D)
Secagens com temperatura de massa superior a 60ºC só possibilitam estabilidade
do óleo dos grãos em armazenamentos com umidade menor que 70% e até 200
dias.