Avaliação bioagronômica de pessegueiro (Prunus persica (L.) Batsch) submetido a diferentes porta-enxertos
Resumo
Na fruticultura, diferentemente da maioria das culturas anuais, a utilização de portaenxertos
é uma prática bastante utilizada entre os fruticultores, com isso o
conhecimento da relação copa-porta-enxerto torna-se importante para o manejo do
pomar. O objetivo da realização deste trabalho foi avaliar a influencia do portaenxerto
sobre o desenvolvimento vegetativo, fenológico, produtivo e qualitativo dos
frutos de pessegueiro (Prunus persica (L.) Batsch). Nesse sentido foram realizados
experimentos com as cultivares Chimarrita, Granada e Maciel. Nos três experimentos
foi avaliado o diâmetro do tronco, o volume da copa, a massa de ramos retirados na
poda, a época da brotação, a época de floração, o número de gemas floríferas, a
quantidade de clorofila, a área específica da folha, o comprimento das pernadas, a
produtividade, o peso de fruto, a coloração do fruto, a firmeza de polpa, o teor de
sólidos solúveis totais (SST), a acidez titulável (AT), a relação SST/AT, os fenóis
totais e a época de maturação. Os resultados demonstraram: I) Na cv. Chimarrita foi
possível verificar o destaque dos porta-enxertos dos Capdeboscq , Okinawa e
Tsukuba 1 no diâmetro de tronco, comprimento de ramos, volume de copa, massa
verde da poda, quantidade de clorofila. Maior número de flores nos ramos das
plantas enxertadas foi observado somente com o porta-enxerto Capdeboscq . Foi
possível observar ainda a coloração mais avermelhada dos frutos quando usado o
porta-enxerto GF 305 e vermelha amarelada quando utilizado Okinawa . A
qualidade dos frutos quando utilizados os porta-enxertos Capdeboscq , Tsukuba 1
e Okinawa , ainda foi alterada pelos porta-enxertos através maior relação SST/AT,
maior tonalidade da cor, menor firmeza de polpa e menor teor de fenóis totais. II) Na
cv. Granada, com uso da propagação por alporquia e por semente, foi possível
verificar vantagens para ambas as propagações não sendo possível, entretanto
determinar a forma mais adequada de propagar esta cultivar. Entre os porta-enxertos
também não se observou qual o mais vantajoso devido cada variável responder
melhor a um determinado porta-enxerto, no entanto possibilitaram maior
desenvolvimento do diâmetro de tronco e comprimento das pernadas nos portaenxertos
Okinawa e Capdeboscq . O porta-enxerto Capdeboscq gerou também
frutos mais vermelhos, juntamente com Aldrighi . Aldrighi e Okinawa , no entanto
proporcionaram maior massa de fruto. Os estudos com os porta-enxertos
Capdeboscq, Okinawa e Aldrighi permitiram ainda verificar que o desenvolvimento
do volume da copa, comprimento de ramo e maturação não é afetado. III) Na cv.
Maciel, os porta-enxertos também influenciaram de maneira diferenciada as variáveis
em estudo. A maior indução de vigor nas plantas foi verificada pelos porta-enxertos
Indústria, Aldrighi , Nemaguard , Tsukuba 1 e Okinawa clone 1 , baseado no
diâmetro de tronco, volume de copa, comprimento das pernadas (exceto Okinawa
clone 1 ) e intensidade de poda (exceto no Indústria ). As análises permitiram ainda
verificar a maior quantidade de clorofila com Nemaguard , Tsukuba 1 , Okinawa
clone 1 , Rubira e Indústria . Queda de folha mais tardia também foi observado com
o porta-enxerto Aldrighi . A coloração e peso dos frutos e produtividade tiveram
comportamentos inversos entre os porta-enxertos nos diferentes ciclos produtivos.
Ainda com Okinawa clone 12 observou-se que os frutos apresentam maior firmeza
de polpa, menor SST e relação SST/AT. Foi possível verificar nos experimentos
ausência de efeitos dos porta-enxertos na queda das folhas e início da brotação,
além de efeitos pouco pronunciados para o início da floração. Com base nas
respostas diferenciais, conclui-se que o desenvolvimento vegetativo, fenológico e
qualidade dos frutos da cvs. Chimarrita, Granada e Maciel são afetados pelos portaenxertos.